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Mercado programático no Brasil ainda tem que superar obstáculos locais, diz Jay Stevens

Após o primeiro Summit da Rubicon Project no Brasil, o gerente geral internacional da Rubicon Project, Jay Stevens, falou ao ExchangeWire sobre o evento, o primeiro da empresa na América Latina.

Segundo ele, o ano passado foi marcado por diversas experimentações, e “é natural que 2015 seja um ano de desenvolvimento maduro”. Para Stevens, o mercado brasileiro está pronto, “mesmo com problemas locais”. O executivo critica a dinâmica distinta do país, que devido a questões de billing, impostos e atuação de empresas, impede que a remuneração flua com as transações online e, consequentemente, impede que o mercado se desenvolva mais aceleradamente.

“O Brasil é um caso à parte, com muitas particularidades, assim como a China, por exemplo. Em uma DSP, no resto do mundo o dinheiro flui ultrapassando fronteiras sem limitação, e isso ainda é uma barreira no Brasil”, pontua.

Mesmo assim, após reunir publishers como UOL, Abril, Globo.com e 10 agências compradoras em São Paulo há algumas semanas, ele se diz certo de que 2015 é o ano de programático no país — grande parte pela situação econômica brasileira e das empresas de mídia. “Principalmente porque a tecnologia representa mais eficiência. O que encontramos nos outros mercados é que geralmente quando há uma recessão, ou uma desaceleração no crescimento, é quando o digital ganha espaço. E esse ano está assim para o Brasil”, analisa.

Ainda que se fale em tendências como mobile e video, Jay enumera os desafios do display — analisando os números atuais e comparando com a imensa fatia que buscas (sejamos sinceros, o Google) representa. “Tem muito potencial, mas é muito mais difícil de ser planejado e executado para anunciantes e para publishers. Não vai crescer até que soltem-se as amarras. Como um pequeno anunciante pode chegar a display? Não dá, é difícil, os veículos não tem braço para lidar com isso. E aí que a automação traz eficiência”, provoca.

Reforço na Equipe

Nesse cenário, a Rubicon Project anunciou contratações locais: Daniel McKay, na empresa desde 2011 em Londres, assume a diretoria de contas Buyer Cloud na América Latina. Além dele, dessa vez em São Paulo, ingressam Hugo Tashiro, diretor de vendas Buyer Cloud e Alex Garcia, diretor de contas, Seller Cloud.

O executivo cita os números de recente pesquisa da eMarketer, que projeta o Brasil como o quarto maior mercado global de publicidade em 2018, com digital superando a marca de US$ 3 bilhões neste ano. “Apesar dos números que ainda impressionam, a vantagem da automação é essa: times pequenos conseguem operar inúmeras contas”, explica Stevens.

A expectativa é chegar a até 5 funcionários na equipe de São Paulo no ano que vem. “Para nós, ainda faz mais sentido ter uma equipe em Miami liderando países de língua espanhola e a operação brasileira, reduzida, cuidando só dos clientes locais”, finaliza.