Por que olhar para o topo do funil de vendas?
by News
on 03/05/2016 inSearch, redes sociais, e-mail, vídeo e publicidade display... em meio a uma profusão de informações nas plataformas digitais, o desafio das marcas está em gerenciar seu portfólio de canais e entender de onde realmente está vindo o ROI. Uma tarefa difícil, segundo o diretor global de soluções da Sociomantic, Alex Reinhold, e que exige uma avaliação cuidadosa. Em entrevista, o executivo fala sobre os riscos em determinar o sucesso de campanhas somente pelo last-click e sobre os desafios em programático no Brasil e no mundo.
“Modelos de atribuição inteligentes não só dão mais controle a um anunciante, mas também protegem a marca de ser superexposta aos usuários”, afirma o diretor de soluções. O caminho, segundo ele, estaria em criar anúncios mais relevantes, diminuindo a superexposição e gerenciando cuidadosamente o ruído da mídia, para que a estratégia de marketing não acabe em uma corrida desenfreada para o fundo do funil.
Considerando que neste momento há bilhões de impressões sendo negociadas, é cada vez mais difícil entender o cliente final sem o uso de tecnologia e automação. Assim, a tecnologia programática torna possível medir e analisar dados com tal velocidade e precisão que você pode oferecer uma experiência personalizada para seus clientes, em todos os dispositivos. Nesse contexto, o mobile tem sido um dos focos da Sociomantic no Brasil, uma vez que a plataforma desempenha um papel cada vez mais importante e, como as pessoas usam mais telas durante a jornada de compra, os dispositivos móveis passaram a ser peças-chave nas estratégias de publicidade programática.
Dessa forma, a empresa alemã especializada em publicidade programática tem entre suas prioridades o desenvolvimento do mercado latino de mobile e apps – um exemplo é a solução voltada especialmente para essas campanhas, chamada de AppKit, que será lançada este ano. Além disso, a Sociomantic busca despertar a atenção dos anunciantes para a parte mais de cima do funil de vendas. E, para tanto, tem apostado em cases de que mostram resultados com campanhas co-branded, de branding e prospecting, como é o caso do projeto realizado para a Posthaus, que levou ao aumento da base de dados do site do ecommerce de moda e fidelização por meio de mídia programática. A campanha desenvolvida pela Sociomantic para a loja virtual levou a um crescimento de 80% no número de novos visitantes, sendo que o custo médio de aquisição apresentou melhoria de 15% durante um ano.
Presente no mercado brasileiro desde 2012, de onde comanda uma operação na América Latina que se estende para países como Colômbia, Peru, Argentina e México, a ad tech acumula contratos com mais de 170 clientes de diversas indústrias brasileiras, como travel (Gol, Azul e CVC), fashion (Posthaus, Dafiti e Passarela) e outros varejistas (como Empório da Cerveja, MagazineLuiza e RaiaDrogasil). Em entrevista ao ExchangeWire, o diretor global de soluções da Sociomantic, Alex Reinhold, aponta os desafios que afetam todo o ecossistema programático no Brasil e no mundo, como fraudes e viewability e comenta a importância de se olhar para a parte de cima do funil de vendas.
- Quais são os maiores desafios enfrentados pelos anunciantes hoje em dia?
Alex Reinhold, da Sociomantic: Os maiores problemas estão relacionados com a grande quantidade e similaridade dos canais de marketing. No marketing online, marcas de sucesso têm que gerenciar meticulosamente um portfólio de canais que incluem search, redes sociais, e-mail, vídeo e publicidade display e ao mesmo tempo, diferenciar verdadeiras soluções de tecnologia que realmente agregam valor de discursos puramente comerciais; uma tarefa que não é fácil. Entender de onde realmente está vindo o ROI envolve uma avaliação cuidadosa do valor de cada parceiro – e isso deve ser feito tanto isoladamente quanto em conjunto com todos os outros canais de marketing.
- Como os anunciantes podem ganhar a atenção do consumidor em meio a uma profusão de informações?
Superexposição é um grande problema e o ruído que a mídia provoca, certamente, contribui para isso. Trabalhar com muitos parceiros sempre cria um grande desafio quando se fala em modelos de atribuição. Como resultado, algumas empresas optam pelo last-click e expõem o usuário a tantos banners quanto possível, especialmente quando o usuário está no nível mais baixo do funil (retargeting). Com o ruído da mídia, esta situação pode terminar em uma corrida pelo last-click, quando na realidade modelos de atribuição inteligentes não só dão mais controle a um anunciante, mas também protegem a marca de ser superexposta aos usuários. Se você aumentar o zoom para um ângulo macro, anúncios mais relevantes (e menos superexposição) também irão impedir os usuários de instalarem ad blocks. Por isso, é do interesse de todos gerenciar cuidadosamente esse ruído da mídia e não deixá-lo acabar em uma corrida desenfreada para o fundo do funil.
- Quais as diferenças entre a audiência de hoje e a de cinco anos atrás?
Gerenciar o público sempre foi complicado. Atualmente, no entanto, estamos lidando com uma grande amplitude de dados que devem ser levados em consideração. Dados primários serão sempre o meio mais poderoso para as empresas de tecnologia avaliarem a propensão de compra do usuário, porque são dados próprios e o mercado entende o seu valor - não há como esconder os seus próprios dados, basicamente. No entanto, ao considerar os dados de CRM, o anunciante ganha mais flexibilidade para fidelizar clientes e trabalhar na aquisição de novos. Dados secundários ou ainda dados de terceiros, podem ajudar ainda mais a formar os clusters, mas esses tipos de dados são muito difíceis de gerir e devem ser tratados com cautela. A maioria das taxonomias (por provedores de dados, onboarders ou DMPs) são muitas vezes baseadas em uma grande quantidade de dados e segmentos confusos. Assim, ao incorporar este nível de dados, os anunciantes têm maior controle e conhecimento, mas nem sempre isso se traduz em melhoria do ROI.
- Como a mídia programática pode ser adaptada e trazer resultados a diferentes indústrias?
Programático é um conceito muito amplo. No entanto, a ideia geral está ganhando espaço no ecossistema de marketing online. Graças ao Programmatic Direct, que dá aos publishers controle sobre quem compra seu inventário, outros acordos e a maneira tradicional de compra e venda de mídia estão em processo de se tornarem obsoletos. Assim, o programático é, sem dúvida, a maneira mais eficaz e eficiente para o comércio de mídia, pois permite que tanto compradores quanto publishers saibam com quem estão trocando impressões. A questão não deve ser qual é a indústria que mais lucra com a publicidade programática, mas sim, como comprar inventário da maneira mais inteligente possível.
- E quais são as possibilidades?
A mídia programática permite que você use os seus próprios dados (em tempo real). Para clientes da indústria Fashion, existem ricos dados para analisar sobre as sempre mutáveis tendências da moda, por exemplo, ou muitos dados de clientes para minar. Já para Travel, há dados de gestão de receitas. A análise de CRM também desempenha um grande papel no upselling da indústria de Telecom. Essencialmente, cada vertical tem um conjunto muito específico de dados e de desafios, e a publicidade programática é um dos poucos canais que torna possível utilizar esses dados em tempo real. Para que isso aconteça, os anunciantes mais bem-sucedidos têm que optar por parceiros com plataformas próprias de marketing programático.
- Como a Sociomantic está trabalhando para melhorar o ecossistema da publicidade programática?
A Sociomantic não consegue resolver sozinha todos os problemas da indústria; porém, conseguimos influenciar a qualidade do inventário que compramos para nossos anunciantes. As recentes preocupações do mercado com ad fraud, viewability e transparência nos motivaram a desenvolver mecanismos automáticos para avaliar a qualidade do inventário que compramos, para melhorar as campanhas e a proteger as marcas dos nossos clientes.
O resultado disso foi o lançamento do SQX, um algoritmo próprio que considera dezenas de fatores e que nos permite avaliar o inventário programático das SSPs e ad exchanges com as quais estamos ligados, baseado na análise em tempo real de três métricas: transparência, performance e qualidade do inventário. Realizamos uma profunda análise para identificar padrões no que diz respeito à qualidade da SSP. A observação de grandes flutuações das três medidas acima referidas foi o que nos levou a implantar o SQX, e consideramos a sua pontuação nos lances que damos, para que possamos oferecer menos para o inventário de fornecedores de baixa qualidade, e mais para os fornecedores que atendem aos nossos padrões de qualidade.
- Como mercados mais avançados, como o europeu, têm enfrentado questões como com ad fraud e viewability?
Assim como a transparência e a segurança para a marca, fraude e viewability permanecem grandes preocupações em todo o mundo. Isso está relacionado ao fato de que o nosso mercado está crescendo muito rápido e de maneira fragmentada, o que cria uma falta de consolidação que abre espaço para intrusos abusarem do ecossistema. Se você unir a isso, o fato de que algumas empresas se cegam na busca pela geração de receitas a curto prazo, você tem uma situação que é quase impossível de resolver. Na contramão disso, a Sociomantic lançou o SQX, para fazer todo o possível para garantir inventário de alta qualidade, otimizando suas compras de acordo com transparência, performance e qualidade do inventário.
- E de que forma a publicidade programática ajuda a combater as fraudes e a agregar para as marcas?
Ad fraud é um problema que não será resolvido pelos players da indústria isoladamente - muito pelo contrário, é preciso um esforço conjunto de todos os canais de comercialização de mídia para garantir que todas as lacunas sejam preenchidas. Só então é que os fraudadores não serão capazes de abusar da complexidade do comércio de mídia. Infelizmente, porém, evitar a fraude nem sempre é do interesse comum. Às vezes a receita de curto prazo é mais importante. Mesmo ainda tendo essa preocupação, já evoluímos muito, devido à natureza de tempo real da publicidade programática - se algo der errado, você pode parar uma campanha imediatamente, é como fechar uma torneira de água. E, de fato, as coisas são muito melhores do que eram antigamente.
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