Como o ad blocker do Google Chrome impulsionará a publicidade in-app
by News
on 07/02/2018 inOs ad blockers não são nenhuma novidade, mas as versões recém-lançadas continuam a causar dores de cabeça tanto para os anunciantes, quanto para os publishers. Em artigo exclusivo publicado no site inglês ExchangeWire, Noam Neumann, VP tecnologias e dados da Mobfox, fala sobre os publishers que estão na vanguarda liderando um movimento em direção à publicidade móvel in-app.
A nova versão do ad blocker do Google Chrome será lançada em 15 de fevereiro. O navegador bloqueará anúncios intrusivos com base em diretrizes definidas pela Coalition for Better Ads - incluindo anúncios intersticiais de página inteira, anúncios com reprodução automática de som e vídeo e anúncios intermitentes.
O movimento é mais um exemplo dos formidáveis padrões e normas que o player de publicidade define para toda a indústria. Em 2016, vimos o Google bloquear todo o conteúdo do Adobe Flash Player no Chrome e, no ano passado, definir o tom para a adoção mais ampla do ads.txt.
Com essa nova mudança, continuam as questões sobre como o ad blocker do Chrome afetará a indústria de publicidade em geral - ainda que a resposta para os veículos reside em um difícil movimento em direção aos anúncios móveis in-app, ou seja, dentro de aplicativos.
Aqueles que ainda não se posicionaram no universo in-app, em breve, agradecerão ao Google Chrome pelo impulso para uma plataforma que oferece um melhor controle sobre o conteúdo e formato de seus anúncios, maior retenção e taxas de cliques, melhores dados e, dessa forma, melhor visibilidade do público e menos fraude.
O impacto para os veículos
O lançamento do bloqueador de anúncios do Google Chrome certamente será desafiador para publishers online, seja no desktop ou no mobile. A maioria acredita que, em fevereiro, à medida que a participação do Google no controle sobre a indústria aumenta, os veículos provavelmente verão suas receitas publicitárias diminuir - pelo menos nas etapas iniciais.
Alguns, no entanto, são mais otimistas sobre a mudança, acreditando que isso forçará os publishers a reverem suas estratégias. O lado positivo pode vir de veículos online desktop e mobile buscando priorizar a experiência do usuário digital e obter um potencial aumento da qualidade de inventário – incluindo a migração para anúncios que podem ser pulados, que se distanciam totalmente do pre-roll.
O que os publishers devem fazer?
Os editores têm algumas opções. Podem escolher que seus sites parem de dar suporte ao Chrome, algo não muito realista, no entanto, considerando que o Chrome é o navegador mais utilizado no mundo, com mais de 50% de participação no mercado global. Os navegadores concorrentes não nem chegam perto.
Outra opção é aproveitar as lacunas. De acordo com o CMSWire, existem algumas lacunas nos novos padrões de publicidade do Google. Por exemplo, os anúncios pop-up que só aparecem quando o usuário não está mais ativamente envolvido com o conteúdo não estão atualmente proibidos pelas diretrizes.
As marcas também também podem ter que aumentar seu foco em novas e alternativas formas de monetizar seu conteúdo sem publicidade, por meio de comissões ou venda de serviços e produtos.
Mas o cenário mais provável é que o efeito potencialmente dramático para os veículos online resultará em uma mudança da indústria para a publicidade móvel in-app. À medida que Google e Facebook continuam a construir muros ao redor do jardim, e os publishers procuram soluções de receita alternativas, o in-app está se provando como o melhor caminho, e com benefícios adicionais.
A mudança para a publicidade in-app
O bloqueio de anúncios não é novo. Enquanto 30 milhões de usuários usavam software de bloqueio de anúncios em navegadores desktop em 2011, o ano de 2016 terminou com 236 milhões de pessoas com essas soluções em seus navegadores desktop e 380 milhões em navegadores móveis. Com sua popularidade crescendo constantemente, o bloqueio de anúncios criou obstáculos na evolução de anunciantes e veículos.
No entanto, os bloqueadores de anúncios ainda não impactaram os aplicativos móveis de forma significativa. Como resultado, o in-app é o campo sobre o qual os anunciantes ainda têm controle sobre o formato e o conteúdo de seus anúncios, o que faz dele um local mais atraente para distribuir conteúdo e promover sua comercialização.
Os consumidores gastam 87% do seu tempo em dispositivos móveis usando aplicativos, em comparação com apenas 13% na web móvel. Além disso, a publicidade em aplicativos (in-app) é onde a publicidade móvel mais cresce hoje, com a receita de anúncios em aplicativos instalados nos EUA com previsão de atingir mais de US$ 7 bilhões até 2020. Até agora, os principais players que estão aderindo à web móvel são sites de notícias, mas os games e as mídias sociais já saíram na frente e começaram a priorizar o anúncio in-app em detrimento da web mobile.
As mudanças do Google Chrome provavelmente impulsionarão o in-app, criando potencialmente mais concorrência e maior demanda para o mundo de publicidade móvel em aplicativo ao longo do tempo, tornando esse inventário programático mais lucrativo para os veículos do que nunca.
Diante do lançamento do bloqueador de anúncios do Google Chrome e do fato de que os anúncios in-app são uma solução melhor para alcançar e manter mais usuários, com melhores dados de terceiros e menos fraude, parece que a mudança na publicidade in-app é uma escolha fácil para os publishers.
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