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O surgimento de uma ad network B2B? LinkedIn revela novas oportunidades de targeting

O LinkedIn anunciou seu mais recente passo na iniciativa de longo prazo em direção a uma estratégia de ad tech ao revelar a ferramenta LinkedIn Lead Accelerator, que  possibilita retargeting de usuários.

O serviço permite anunciantes impactaram visitantes novamente usando uma série de mensagens sequenciais tanto no na ad network display do LinkedIn, bem como em sites de terceiros (as páginas em si e oportunidades pagas em redes sociais), por um período maior de seis semanas.

O LinkedIn também permitirá que anunciantes usem um número de critérios, como nível dentro da empresa e localização, para impactar usuários com peças nas páginas dos anunciantes — com uma camada de dados do LinkedIn em cima disso.

Essa “mensagem sequencial" pode ser executada tanto em desktops como nos ambientes móveis do LinkedIn, disponível a anunciantes por meio de assinatura, de acordo com o diretor sênior do LinkedIn EMEA, Joshua Graff.

Ele diz: “em seu core, permitirá anunciantes adquirir e criar novos leads. Por exemplo, normalmente em um dia bom você olha a uma taxa de conversão de 1% [pensando no universo de anúncios B2B]”.

“Marcas como eCornell, Lenovo, Salesforce.com, Samsung, VMware e Groupon participaram em testes inicias do serviço e reportaram uma queda geral no seu custo por lead até agora [de até 60% no caso da Lenovo]”, completa Graff. O LinkedIn está no processo de roll out da ferramenta, que segue o anúncio da compra do Bizo, por US$ 175 milhões, e pretende oferecê-la em modelo de serviço. No Brasil, a assessoria de imprensa do LinkedIn esclareceu que a ferramenta não está disponível ainda, mas deve chegar já no primeiro semestre.

Contudo, há um certo elemento de ’serviço gerenciado’ na oferta do LinkedIn. Isso toma forma nos ‘consultores de automação de marketing’ da empresa, que ajudam na manutenção de desenvolvimento de stream, tanto em termos de criação como em gestão do processo de compra automatizada de mídia.

E isso nos leva à segunda fase de sua estratégia de ad tech, que anteriormente era possível via parceria com a AppNexus. O último serviço se soma à suite de produtos, que inclui LinkedIn Onsite Display, LinkedIn Network Display, Sponsored Updates and Sponsored InMail.

Uma ferramenta analítica construída dentro dos produtos combina os dados de audiência global do LinkedIn com os websites de marcas para métricas entre múltiplas plataformas.

O LinkedIn pode ser o Facebook do mundo B2B?

Questionado sobre planos adicionais no ambiente de ad tech, Graff diz que não há nada a ser anunciado. Entretanto, o ExchangeWire entende que a companhia está em busca de alguns talentos de nome na indústria. A questão que fica é: como o LinkedIn vai impulsionar o time, valorizar a base de usuários e dominar o tão falado setor de anúncios B2B, que vale US$ 50 bilhões?

Um documento vazado no ano passado indicou como o LinkedIn pretende monetizar seus ativos após a compra do Bizo, e alega que somado à oferta de serviços de prospecção (como o último lançamento de produto), irá “absolutamente vender mídia mais para frente”.

Isso pode ser viso como uma busca para montar sua própria ad network que, com a infraestrutura correta, pode se tornar um dos ecossistemas-chave na internet.

Ainda, a fim de alcançar isso, precisará entender a infra necessária entre os players para melhor monetizar seus dados first-party.

Se o LinkedIn puder facilitar compras de mídia de terceiros usando seus próprios dados, e então juntá-los e um único exchange, poderá alcançar suas ambições de construir um negócio de anúncios em escala.

Precisamos olhar apenas para as lições valiosas do Google, bem como o poder de deter uma camada de execução de mídia (com a de infra de tecnologia) para a cadeia de display.

A aquisição da DoubleClick permitiu ao Google se embrenhar em ad tech em uma importante camada de execução da compra de mídia, que ultimamente permite vender mais do que sua margem para anunciantes. Tecnologia e dados claramente continuam a lubrificar os motores da indústria.

Isso tudo pode mudar, contudo, à medida que o modelo do Facebook ganha tração, especialmente com o lançamento recente de ad tech da rede de Zuckerberg: primeiro, sua própria ad exchange (FBX); e então a versão do Atlas.

O LinkedIn deve tomar nota, particularmente com o mercado B2B de anúncios avaliado a US$ 50 bilhões.

Texto originalmente publicado no ExchangeWire UK.