Após fechar o ano de 2015 com crescimento de 87% no faturamento no Brasil, a rede de conteúdo em vídeo online aposta no aquecimento da venda de verbas publicitárias durante o evento olímpico. A América Latina hoje é hoje um mercado estratégico para a Zoomin.TV, que recentemente inaugurou escritórios no México e Colômbia, e agora planeja expansão para a Argentina

A empresa especializada em jornalismo eletrônico, e uma das cinco maiores provedoras de jornalismo em vídeo da internet brasileira, segundo a comScore, comemora seus quatro anos de presença no Brasil com ótimo desempenho. Desde que ingressou no mercado local, a Zoomin.TV cresceu não apenas em produção local de conteúdo em vídeo (que chega à transmissão de 16 horas diárias), mas também em venda publicitária através das campanhas de anunciantes veiculadas em seus vídeos editoriais.

Atualmente, a companhia conta com mais de 40 publishers associados – como UOL, MSN, Yahoo e SBT –, 60 grandes anunciantes e um inventário de 260 milhões de visualizações por mês na audiência brasileira de vídeo em desktop e dispositivos móveis. E é com base nesse alcance que projeta um incremento de 35% no faturamento desse ano com as Olimpíadas. De acordo com Paulo Leal (foto), country manager da Zoomin.TV, serão 50 vídeorrepórteres destinados para realizar a cobertura do evento na cidade-sede, o Rio de Janeiro, um conteúdo que será distribuído não apenas no Brasil, mas também em outros mercados.

“Essa é uma contribuição relevante. O evento é um acontecimento importante e as marcas estão buscando estar presente na internet nesse período. Nós investimos esperando uma aderência natural desse conteúdo com as grandes marcas e já daremos início à cobertura a partir do próximo mês, com a saída da tocha olímpica da Cidade Olímpica”, detalha.

Vídeo: um mercado disputado por poucos

O consumo de vídeo online no país vem crescendo a uma taxa em torno de 40% ao mês. Hoje há cerca de 82 milhões de brasileiros assistem a pelo menos um vídeo por mês na internet, número que já supera os 78 milhões de expectadores da TV paga. Em 2015, o vídeo online atraiu R$ 1,038 bilhão de verbas publicitárias no segmento de digital, que movimentou mais de mais de R$ 9,3 bilhões, segundo o IAB Brasil.

Para Paulo Leal, tanto a incorporação do hábito de consumir vídeo na internet no dia a dia do brasileiro, quanto a migração das receitas dos anunciantes em busca dessa oportunidade, fizeram com que a Zooomin despontasse em audiência nesses anos, especialmente em 2015. “Hoje estamos entre os quatro principais players do país que produzem vídeo e estamos estruturando e consolidando cada vez mais nossa operação por conta dessa relevância de investimentos no segmento. Estamos de olho no tamanho desse mercado, que será disputado por poucas empresas”.

Cerca de 70% do faturamento da Zoomin.TV no Brasil é representado pela venda de publicidade e 30% pela venda de conteúdo para os publishers e emissoras de televisão. A companhia hoje está plugada nas principais DSPs, bem como negocia seu inventário em private marketplaces. Já o programático já corresponde por 30% da venda mensal de vídeo online da empresa através de agências especializadas, como trading desks. “Essa modalidade vem crescendo dentro do consumo de nossos vídeos e a gente deve acompanhar o ritmo de crescimento de mídia programática do Brasil”, enxerga Paulo Leal.

Esse ano, a empresa lançou no país o Zoomin in.Article, ferramenta que permite aos anunciantes veicular campanhas em vídeos que começam a rodar automaticamente assim que o internauta acessa a página, sem a necessidade de dar play para assistir, no formato integrado intext. A primeira campanha no formato está sendo rodada para a Expedia, em parceria com a agência VML, em todos os sites da Editora Globo e da Editora Abril.

“Cada vez mais os vídeos vão rodar automaticamente nas telas, sem necessidade do clique.  Isso facilita mais a vida do usuário e torna mais amigável o consumo de vídeo”, comenta o executivo.

Expansão LATAM

No ano passado, a Zoomin.TV, sediada na Holanda, teve 51% de suas ações adquiridas pelo MTG, com base em um valuation de 88 milhões de euros. Por meio do aporte, a empresa agora foca na expansão internacional para mercados estratégicos, como América Latina, Estados Unidos e Ásia.

De acordo com Martin Frontini (foto), diretor geral para América Latina e Espanha, a região representa 30% do faturamento global da companhia, sendo que Brasil, Miami e México são os maiores mercados. “Os escritórios locais têm crescido rapidamente, então Miami tem perdido um pouco de terreno como hub da regão”, acrescenta. O executivo conta que a mídia programática cresceu 50% dentro do total comercializado pela companhia na região no último ano. “Se o programático respondeu por aproximadamente 20% do share, eu diria que esse ano chegaremos a 30%, o que é uma boa notícia para a empresa, já que queremos liderar essa tendência".

Como o maior mercado da região, a estrutura brasileira suporta a produção de 60 matérias por dia no país produzidas por mais de 40 vídeorrepórteres brasileiros, além de correspondentes internacionais. A operação é apoiada por escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, bem como por representantes comerciais em Belo Horizonte. Além disso, a companhia está em busca de representação em Porto Alegre e Salvador.

Na região, a empresa também está presente na Colômbia, sendo que planeja abrir também uma operação na Argentina. “O objetivo da Zoomin.TV é tornar cada vez mais local o negócio da companhia na América Latina, de forma que nosso escritório em Miami nos permite vender campanhas cada vez mais regionais. Por isso estamos investindo em estrutura editorial, tecnológica e comercial nesses países”, revela Paulo Leal.

*Editado em 05/04 às 16:30h.