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Crise econômica deve abalar crescimento futuro do ecommerce brasileiro

As vendas no comércio eletrônico brasileiro devem movimentar US$ 15,6 bilhões em 2016, o que representa 42,3% do total comercializado na América Latina, revelou uma projeção do eMarketer divulgada essa semana. Segundo a previsão, o Brasil continuará a ser o maior mercado de comércio eletrônico de varejo na região, no entanto, a crise econômica em curso no país deve prejudicar o crescimento futuro, com queda dessa fatia para 30,2% em 2020, quando o ecommerce regional que deve atingir US$ 22,5 bilhões.

Embora as vendas do comércio eletrônico devam responder por 2,5% do total das vendas do varejo no Brasil esse ano, a alta penetração da internet e a disseminação da telefonia móvel vão impulsionar o ecommerce para 3,5% do total das vendas do país em 2020.

De modo geral, eMarketer prevê uma contração de 2,1% no crescimento do Brasil de vendas no varejo este ano em função da queda acentuada nos preços das commodities, prejudicando as exportações, e de incertezas trazidas pelos conflitos políticos. Assim, o aumento do desemprego e a queda nos salários consequentes da desaceleração econômica afetarão negativamente a economia de varejo do país.

América Latina: ecommerce em crescimento, apesar da crise

Se por um lado a América Latina continua a ser a quarta maior região do mundo em termos de vendas totais no varejo em 2016, que devem chegar a US$ 1,9 trilhões em 2016, a região enfrentará diversos desafios, incluindo crises em economias de vários países, o aumento do desemprego e da inflação, fatores que têm afetado a saúde de varejo da região. As vendas de varejo ganham impulso ao longo dos próximos dois anos, mas devem desacelerar para 4,8% em 2020 devido ao baixo crescimento das economias latino-americanas.

Apesar das incertezas econômicas, o mercado de comércio eletrônico da América Latina mantém o ritmo de crescimento, segundo o eMarketer. Melhorias na infraestrutura de ecommerce, tais como a evolução dos sistemas de pagamento e de entrega, bem como o número crescente de varejistas eletrônicos na região permitirão que a América Latina movimente cerca de US$ 36,9 bilhões em vendas de ecommerce este ano.

Assim, o segundo maior mercado de comércio eletrônico de varejo da região, o México, deve alcançar US$ 6 bilhões em vendas este ano, o equivalente a 1,4% do mercado de varejo total do país. Até 2020, as vendas no varejo eletrônico do país devem mais que dobrar, totalizando US$ 13,23 bilhões. Em comparação, as vendas totais no varejo vão subir 6,5% este ano, para US$ 421,10 bilhões. O eMarketer prevê sinais de aceleração modestos na economia mexicana, que está intimamente ligada ao comércio dos Estados Unidos.

Já a Argentina deve vivenciar um aumento de 50,3% nas vendas de comércio eletrônico de varejo, o crescimento mais rápido na região. Embora parte dessa expansão seja resultado de uma inflação elevada, o aumento na frequência de compras por parte dos consumidores digitais também contribuirá para o avanço. O eMarketer informou que as expectativas de crescimento do comércio eletrônico argentino até 2020 aumentaram devido ao desempenho no ecommerce acima do esperado. As vendas do varejo argentino vão subir 13,0% em 2016, graças à elevação dos preços por conta da inflação. No entanto, com a estabilização da moeda argentina até 2020, o varejo deve voltar a crescer em ritmo moderado.

Mobile em ascensão

O mobile commerce tem crescido consideravelmente no Brasil, México e Argentina, mesmo assim, a plataforma móvel ainda responde por uma pequena parcela das vendas eletrônicas. No ano passado, as vendas de mCommerce subiram entre 41,0% e 62,1% nesses países, passando de um total combinado de US$ 2,6 bilhões em 2015 para US$ 4,20 bilhões em 2016. Ainda assim, menos de 20% das vendas de comércio eletrônico de varejo nesses países virão a partir de smartphones e tablets este ano. O eMarketer espera um crescimento na participação do mobile ao longo dos próximos anos, à medida que mais varejistas passem a investir em plataformas de vendas móveis.

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